Moraes visita Congresso em dia de pressão por anistia

No contexto da crescente pressão pela aprovação do projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito relacionado ao caso no Supremo Tribunal Federal (STF), esteve presente na sede do Congresso Nacional na noite da última terça-feira, 1º de abril. O evento, que marcou o lançamento de uma obra organizada pelo ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ocorreu no Salão Negro e reuniu diversas autoridades políticas.

Moraes, que mantém uma relação de aliança com Pacheco, foi um dos convidados de destaque da cerimônia. Recentemente, ele organizou um jantar em homenagem ao senador, reforçando a proximidade entre os dois. Durante o evento, o ministro do STF ocupou um lugar de destaque ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente. Flávio Dino, outro membro do STF e frequentemente alvo de críticas por parte de bolsonaristas, também marcou presença.

A representação do governo Lula foi notável no evento, contando com a presença de ministros como Jorge Messias (Advocacia Geral da União), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Vinícius Carvalho (Controladoria Geral da União). Além das figuras governamentais, lideranças partidárias tanto da Câmara quanto do Senado também compareceram ao lançamento.

O clima no Congresso estava tenso, com Motta enfrentando pressões por parte de deputados bolsonaristas para pautar um requerimento que possibilitaria a votação urgente do projeto de anistia diretamente no plenário. Apesar das solicitações, o presidente da Câmara optou por adiar a decisão para discutir com outros líderes.

Contrariando as expectativas de manifestações contrárias à sua presença, Moraes não enfrentou protestos durante sua estadia no Congresso. Os poucos deputados alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro que estavam presentes na Casa decidiram permanecer no plenário da Câmara em vez de se dirigir ao evento.

Por volta das 20h40, Moraes e outras autoridades deixaram o local sem conceder declarações à imprensa, mantendo-se afastados das discussões acaloradas que permeavam o ambiente político naquele dia.